Desmatamento
“Minha recomendação ao governo do Brasil é que parem o desmatamento e se concentrem até em plantar mais floresta na região". Essa é a posição do especialista da ONU, Petteri Taalas. A Organização das Nações Unidas fez um alerta mundial hoje, que aponta que o mundo caminha a passos largos para uma "catástrofe climática".
Informe
O informe apresenta dados que comprovam que os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados no mundo, além de enviar um recado direto ao Brasil ao pedir o fim do desmatamento na Amazônia. O secretário-geral da OMM (Organização Meteorológica Mundial, uma agência da ONU), Petteri Taalas, reconhece, em mensagem ao Brasil: “claro que existem pressões econômicas e pressões locais para continuar a desmatar. Mas, no longo prazo, será muito prejudicial ao país se perder o ecossistema”, completou o especialista. "Parar o desmatamento na Amazônia é um dos grandes desafios do mundo", afirmou.
No Acre
O Acre já sofre esses efeitos climáticos extremos, que a longo prazo prejudicarão até mesmo o agronegócio que tenta se implantar no estado. A elevação da temperatura aumenta a incidência de pragas em culturas como a soja, exigindo, a cada ano, maior uso de agrotóxicos e do plantio de sementes transgênicas, que encarecem e desvalorizam a produção. A mesma coisa vale para o café, que começa a despontar como alternativa nas terras mais altas do Vale do Juruá, que precisam de estações bem definidas e de chuva nos momentos certos.
Energia
A ONU alerta para a crise no sistema de geração de energia em todo o mundo, o que também se reflete no Acre, que depende 100%de energia importada via linhão. E que pode piorar ainda mais com a anunciada privatização da Eletrobras, que deve elevar as tarifas a níveis estratosféricos.
Errado
Em suma, está tudo errado no modelo econômico, energético, de desenvolvimento, ambiental e social. O tempo está se esgotando para se resolver tudo. Continuar nesse caminho será condenar as futuras gerações ao desastre.
Alternativas
Mas nem tudo parece completamente perdido. Um estudo detalhado e um diagnóstico socioeconômico dos 60 anos do estado, que está sendo realizado por uma das instituições mais conceituadas do Brasil e da América Latina, o CEDEPLAR, de Minas Gerais mostra as diretrizes que devem constar no planejamento para os próximos anos. Se forem seguidas, se amplia a esperança de dias melhores.
Diretrizes
O que o estudo vai apontar é uma economia de base comunitária, de respeito a floresta, mas com o uso de todas as potencialidades, de tecnologia, de aproveitamento do potencial da própria natureza. A proposta inclui indústrias farmacêutica, de cosméticos e alimentar, geridas por startups e com base em uma montada estrutura de Tecnologia da Informação, de pesquisa e de geração de emprego e renda.
Limites
Haveria lugar para tudo, da pecuária ao conservacionismo da natureza, do agronegócio ao crédito de carbono. O professor Campolina visitou da fábrica do Dom Porquito em Brasileia à indústria madeireira de Cruzeiro do Sul, sempre explicando suas propostas. Se o Acre levar a sério o resultado do diagnóstico, pode sair na frente de uma mudança de paradigmas econômicos.
Política
O que pode estragar essa possibilidade são as injunções políticas, especialmente em ano eleitoral. A necessidade de agradar a grupos de poder, a pressão pelo desmatamento inconsequente, o sonho alucinado da estrada para Pucallpa, tudo isso joga contra a racionalidade. Sem contar que a disputa eleitoral para o governo federal opõe dois modelos para o país, o vale-tudo privatista e da liberação geral, contra um modelo mais estatal e desenvolvimentista. A escolha está posta.
Definições
As chapas para as eleições estão sendo definidas, O senador Sérgio Petecão foi o primeiro a montar a chapa completa, com João Tota Filho de vice e Vanda Milani para o senado. O governador Gladson Cameli tenta vencer resistências para a anunciar Rômulo Grandidier para vice. Ainda enfrenta a chantagem de Márcio Bittar para que Márcia seja a candidata ao senado. A esquerda vai de Jenilson Leite pela imposição da direção nacional do PT, com Jorge Viana para o senado e um nome do PT de vice. O MDB de Mara Rocha ao governo e Jéssica Sales para o senado, com um vice ainda indefinido. E agronegócio tem dificuldades de montar sua chapa, como era de se esperar.
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