Foi bom enquanto durou. O período sem escrever e até sem olhar as redes sociais, um grande alívio, assim como se fosse férias, pude refletir bastante, sobre quase tudo. Agora retornamos...
- Retornamos uma óva, o gajo que fale por si, estou aqui na padaria todos os dias ó pá.
- Eu sei seu Manoel, falei no sentido figurado, tentei consertar.
- Figurado é a p%t# que te pariu!
- Que isso seu Manoel?
Perguntou Borracha, espantado com a agressividade do português.
- Marcelinho tá zoando seu Manoel, porque o Miguel Oliveira estreou com queda no GP do Catar, explicou Filé de Borboleta, que, agora fiquei sabendo, só assiste o MotoGP na casa do português, torcendo para MO88 e tudo.
- Filé deixou de ser motoboy da comunidade pra virar puxa saco do portuga, provoquei.
- Sem pilha, encerrou a brincadeira o dono da Borracharia aqui perto de casa.
- Queria falar da vitória do Bastianini, coisa de roteiro cinematográfico, fiquei com aquela imagem da viúva do Fausto, chorando emocionada com a vitória da sua equipe, a Gresini. Só não chorei também, porque não sou homem de ficar de mimimi pelos cantos, confessou Borracha.
- Pelo que você está falando, tenho certeza que chorou e muito, de encharcar a camisa, continuei na pilha.
Agora falando sério, na primeira corrida do ano de MotoGP, já se pode concluir que será mais uma temporada espetacular.
Por aqui, tivemos em fevereiro, a sensacional R3Horas de Curvelo. Seguindo o formato do Yamalube bLU cRU Cup, com as mesmas Yamahas, pilotos e equipes criaram trios e "quadrilhas", para a disputa na R3Horas. Com largada no estilo Le Mans, os riders se revezaram a cada 30 minutos na pista. Enquanto os garotos da categoria R3, acostumados com as motos, se embolavam, até saindo da pista e abandonando a prova, os mais experientes trataram de fazer ritmo de corrida.
Fotografando as paradas para abastecimento e troca de pilotos nos boxes, escutei o Pedro Lins, (Império, Grupo Saga, CH Barra) dizer que esta corrida poderia ser ganha nas paradas e não na pista necessariamente. Pedro, em parceria com Alex Pires e Kaká Fumaça, chegaram em nono, entre 36 equipes participantes, ao fim da jornada de 3 horas, 21 minutos e mais uma volta.
Foi um evento onde os principais pilotos da categoria SBK PRO, motos de 1000cc, aproveitaram para se divertir. Completamente desacostumados com as 300cc, e principalmente, de andar colado no vácuo do outro. Assustador afirmou Dazzi, o atual campeão brasileiro de motovelocidade CBM, ficou com o melhor tempo entre os "velhinhos".
Ainda me dói o peito quando lembro do final vergonhoso da F1, na temporada passada. Não vou comentar mais sobre esse assunto, pois tudo já foi mostrado e mal explicado nos veículos de comunicação especializados. Fui solidário ao Hamilton até no silêncio aqui. Portanto, a partir de agora esta coluna vai tratar apenas de motovelocidade. Escrevendo esta crônica, descobri que, por mais que corridas de duas e quatro rodas sejam muito afins, no Brasil, são públicos distintos. São poucos os que curtem as duas categorias, MotoGP e F1, com o mesmo entusiasmo. A decisão de ficar com as motocicletas e falar apenas com os motovelocistas, foi simplesmente porque trabalho na equipe carioca Center Moto Racing, de motovelocidade.
- Porra nenhuma!
Interrompeu George Borracha.
- Isso tudo é porque o Marcelinho, que se apresenta como jornalista especializado, não engoliu até hoje, perder 100 pratas pro dono da Borracharia, na aposta Max x Hamilton, explicou Borracha.
- Durante minha ausência da padaria, refleti também sobre estas situações e resolvi não mais responder provocações de vocês.
Fui firme, principalmente pelas medidas do borracheiro, são 2 metros de altura por 3 de largura. Melhor não contrariar.
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