Por Jairo Lima
O Brasil experimenta um cenário de descontrole na administração pública e nos seus indicadores. A combinação destes fatores, per si, é motivo de muita preocupação. Mas sobretudo a falta de orientação, de políticas e planos e a inércia dos gestores mostram-se desoladores. Ninguém assume a responsabilidade e quem deveria, de fato, foge das responsabilidades e vive passeando à custa do povo.
Os problemas ambientais, por exemplo. Nunca houve tanto desmatamento ilegal, tantos focos de queimadas no País, mas culpa é dos índios.
Nunca tantos brasileiros estiveram desempregados, subempregados ou ociosos. A culpa é daqueles que não adotaram a contaminação de rebanho como prática.
Nunca tantos brasileiros estiveram na linha (ou abaixo) da pobreza. A fome e a escassez de comida chegaram para muitas das nossas casas. Tudo culpa do IBGE.
O alto preço dos combustíveis e do gás de cozinha? A culpa é dos governadores. O valor exagerado da carne, do arroz e do feijão? A culpa é dos atravessadores.
A escalada da inflação e o descontrole dos preços são culpa das esquerdas.
Economia estagnada e PIB em ponto morto, herança de governos passados.
A escassez de vacinas é culpa dos chineses.
O Brasil é o país com o segundo maior número absoluto de óbitos pela covid-19.
Registramos quase 600 mil mortes, mas a culpa é do consórcio de imprensa.
Observamos revezes profundos e estruturais na educação, na saúde e na cultura.
Paralisia na ciência e tecnologia. A culpa por tudo isso é dos comunistas infiltrados na administração e dos canalhas não patriotas.
Nada é culpa do atual governo e do seu presidente. Em nada ele é capaz de interferir para melhorar. Até as inaugurações que fez têm o carimbo de governos passados. É da sua natureza negar, ofender, destruir.
O avanço da vacinação e a consequente redução na taxa de contaminação e de mortos pela covida-19 parecem alentos para a retomada da nossa economia. Mas exatamente neste momento, a oferta de energia elétrica fica menor e mais cara. Isto certamente impactará o crescimento futuro e a oferta de novos (e velhos) empregos à população. Essa dificuldade, por certo, é culpa de São Pedro.
Apesar de todos esses dados, temos um presidente cujas preocupações jamais alcançam o povo. O que lhe mobiliza são futilidades alheias aos reais problemas nacionais. Ele se importa apenas com os seus chegados, em brigar, em mentir e em defender teses absurdas. Contudo, uma breve revisão no histórico do mandato nos revela o tamanho da sua preguiça, inação e incompetência. Por certo, isso é culpa do STF.
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