Por Iris Tavares
Sou Iris Tavares e a minha história não é melhor e nem maior que a sua! Essa é a história da minha história que primeiro contei pra mim, a história da minha história que conto para todos e para o mundo essa é a melhor versão eu poderia ter contado de várias formas, mais aprendi a honrar e respeitar. E você? Qual a história da sua história anda contando pra você? Te convido a reescrever a sua história passar a limpo, ressignificar e dar um tom de poesia!
Resumo minha história em quatro capítulos: A INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA, a fase ADULTA e a MATURIDADE cada fase dessa cheia de feitos e não tão bem feitos!!
Começando com a infância! Foi mergulhando até os meus sete anos que nas minhas memórias numa vida humilde morando num quarteirão, minha mãe sendo lavadeira e a única alegria era quando minha mãe abria as trouxas e roupas lindas da patroa dela faziam meus olhos brilharem! A acredito que meu amor pela moda venha dessa vivência! Minha mãe lavava e passava por dentro e por fora com muita arte; ela trabalha tomada pela arte de fazer o melhor no seu trabalho.
Acredito que essa força empreendedora venha do meu pai que sempre estava vendendo ou trocando um produto por dinheiro e nunca vi meu pai vendendo melancia e sim naturalmente entregando o produto (melancia) e recebendo o dinheiro! Isso se tornou minha verdade.
A adolescência foi quando, com 11 anos, comecei meu primeiro negócio: chegava da aula e fazia suco, congelava e tinha o produto final o “din din ou “geladinho”. Minha mãe me emprestou o dinheiro que comprei um isopor e meu amigo partia pra vender, vendia tudo e voltava pra reabastecer. O dinheiro que ganhava inicialmente era pra comprar shampoo, pois lavava o cabelo com sabão e shampoo era luxo!
E você na infância e adolescência o que você fazia, brincava, que teu olho brilhava? Recorde, busque na memória que talento se manifestava na sua infância? Esse talvez seja a sua arte, seja o que realmente faz o teu olho brilhar!
Ainda na adolescência no caminho tinha uma escola de datilografia e logo fui fazer o curso com a esperança de uma vida melhor! Tirado o diploma minha mãe ficava no meio da rua gritando: essa menina tem curso de datilografia alguém tem um emprego?
A assim consegui, aos quinze anos, o primeiro emprego no consultório de um dentista que meses depois me mandou ir na prefeitura tirar o IPTU e nem sabia o que seriam os dois! Mas fascinada pelo novo, fui sem rumo até que um amigo apareceu e perguntei ele falou: atravessa a rua! E mal sabia que naquele dia aquele equipamento mudaria minha vida! Realmente como minha mãe previu aquele curso de datilografia realmente abria portas para o emprego! Quando vi muitos jovens produzindo o carnê de IPTU, fiquei fascinada e automaticamente perguntei: precisa de moças para trabalhar? E o chefe perguntou: você tem curso? SIMmmmmm !! Tirei em primeiro lugar ele falou que seria temporário mas já não ouvi e perguntei quando posso começar? Ele disse pode ser amanhã? Simmmmmmmm e meu coração tremia tudo parecia um grande sonho e jamais imaginei que aquele equipamento mudaria minha vida!
A minha felicidade era tanta que quando entrei não parava de trabalhar e minha produção era tanto que chamava atenção dos chefes, pois sábado e domingo queria trabalhar junto daquele objeto mágico! E segui sem parar de estudar e no segundo grau fiz o curso de técnica em contabilidade e já com 18 anos pedi para ir trabalhar no setor. Aos 19 assumi a chefia, o que não ficou por aí pois concluindo o curso passei na Ufac para pedagogia! Meu professor estava selecionando currículos para o Sesc, o meu foi aceito e fiquei com dois empregos! Se já trabalhava muito imagina agora com dois! Ficava um dia na prefeitura até tarde e no outro dia no Sesc e os sábados e domingos reversava.
Até que um dia fui passar um final de semana em Porto Velho, de lá fui parar em Ariquemes. O governo estava chamando empreendedores para explorar as riquezas do estado! Foi quando minha veia empreendedora herdada do meu pai falou mais alto e naquele dia decidi: venho morar aqui e assim fiz: voltei e pedi demissão dos dois empregos! O que fui chamada de louca por todos, desde os chefes e colegas.
Aqui que chamo da fase adulta tomar decisões impactantes na vida! Correr riscos! Enfrentar a instabilidade etc e assim fiz! Fui sem saber exatamente o que iria montar mas à vontade de todos que vinham do sul do país me deixou louca de coragem para enfrentar os desafios e que em pesquisa e conversa descobri que não tinha loja exclusiva de roupas pois as lojas vendiam de tudo! Foi quando a decisão foi tomada. Fiquei 4 anos e nos últimos dois a loja foi assaltada 11 vezes!!! Quebrei onze vezes e no último assalto última acordei com um mascarado com uma faca, consegui escapar, minha família foi lá e me resgatou e vim pro Acre.
Aqui cheguei sem animo, depressiva, sem vontade, completamente desmotivada. Mas trouxe o restante do estoque em algumas caixas do que sobrou.
Foi quando fui ao banco cuidar da minha conta e a cliente quis comprar o meu sapato e vendi na hora e fui pro carro descalça! Era o que eu precisava uma injeção de ânimo
Logo comecei a atender toda a família dessa cliente e não parei mais.
Enchia a sacola pela manhã e voltava no final do dia com ela vazia. Logo a mercadoria acabou e abri uma nova empresa para fazer mais compras. Quando o vi que o delivery não dava mais conta e resolvi procurar um ponto pequeno e central para ficar mais perto das clientes.
Encontrei a garagem do Sr. João e o convenci a me alugar o espaço do seu carro, mas logo ocupei sala por sala do imóvel que iam desocupando e a loja foi crescendo. Surgiu daí a vontade de construir a primeira loja própria, juntos com todos os desafios do crescimento e todos os obstáculos que vieram junto o que quando a primeira faculdade de ADM abriu e assim aos 40 anos voltei a estudar!
A minha história se confunde com a história da empresa a medida que eu ia me aperfeiçoando a empresa ganhava os bônus e sempre que a empresa ia enfrentando dificuldades ia atrás de conhecimento, leitura, cursos, formação para ajudar a empresa e assim fui crescendo e ampliando.
Agora estou na fase da Maturidade e no mundo poucas empresas chegam a 50 anos e no Brasil poucas chegam aos 5 anos. Estou com 35 anos de mercado e na terceira geração da minha clientela e talvez agora seja o maior desafio que uma empresa madura possa enfrentar diante dessa revolução tecnológica da nova era que estamos vivendo: a maior disrupção da história com impactos talvez maiores causados pela revolução industrial, a revolução da tecnologia! A revolução de novas gerações com comportamentos disruptivos, desconstruindo padrões de consumo. O que por um lado é desafiador, mas por outro lado estamos vivendo um novo jeito de fazer negócios.
No próximo artigo abordarei “O MAPA DO TESOURO”.
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