Consertando a besteira
Foi preciso que os vereadores consertassem o absurdo feito pela prefeitura. A Câmara Municipal aprovou projeto do vereador Hildegard Pascoal e isentou do pagamento do IPTU os contribuintes que tiveram suas casas alagadas. Mostrou a sensibilidade que o prefeito não teve em nenhum momento, preferindo garantir uns trocados dos mais pobres do que fazer um gesto de humanidade. Agora é estar atento para que a prefeitura não avoque como sua a ideia que nasceu no parlamento.
Batata quente
O comando da Câmara Municipal recebeu uma batata quente da gestão passada. Situação tão grave que levou ao corte de luz de gabinetes de vereadores. Há falhas por todos os lados e não só a antiga mesa diretora pode ser culpada, mas o conjunto de vereadores, que sabia e fazia farta distribuição de verbas entre os parlamentares, com algumas mordomias questionáveis e que nunca foram questionadas pelos zelosos edis. Deu no que deu. Agora é apertar o cinto nessa nova legislatura.
Vice
Grande parte do MDB quer a aliança com Gladson Cameli para a eleição do próximo ano e impõe como condições a indicação do vice e o apoio ao senado. O que muito veem como excesso de apetite, pode se mostrar menos grave. Há indícios de que o candidato in pectoris ou predileto do governador pode ficar no partido, tornando as coisas mais fáceis. Com a ressalva de que Gladson poderia escolher quem lhe aprouvesse para companheiro de chapa no MDB.
Senado
Quanto ao senado, como já lembrava Fernando Collor, o tempo é senhor da razão. É um problema para o MDB resolver internamente, antes de impor a candidatura. Flaviano quer a indicação, Vagner Sales quer a filha Jéssica, Márcio Bittar assunta para ver como fica a possibilidade da esposa Márcia, seja em que partido for. Sem que o MDB se resolva, qualquer proposta de apoio agora é prematura.
Dissidentes
Embora todos os caciques apareçam sorridentes na foto, uma aliança do MDB como uma unidade sólida nunca aconteceu, desde a eleição de Flaviano Melo ao governo. De lá para cá, o partido sempre se dividiu em alas autônomas, encasteladas em suas províncias eleitorais. Por isso o partido deixou de ser hegemônico no estado.
Crescimento
São as dores do crescimento. O mesmo aconteceu com o PT. Enquanto o partido cabia no fusca do Nilson Mourão, embora diversas alas procurassem influenciar ideologicamente, havia uma unidade na ação e na definição das candidaturas. No segundo governo de Tião Viana, as alas e os interesses já não eram conciliáveis e a prova do afastamento dessas correntes foi a dupla candidatura ao senado, crucial na derrota de Jorge Viana à reeleição e do partido como um todo em 2018. Agora, na oposição, o PT tenta recolher os cacos e se unir outra vez, com a grande bandeira da candidatura de Lula.
Pelas beiradas
O governador Gladson Cameli sabe que a política em Brasília é como um mingau quente e que é preciso comer pelas beiradas. De sua última viagem, voltou com grandes novidades e boas notícias. A ponte será entregue no final do mês de abril, parece que desta vez sem novos adiamentos. O Acre terá um incremento de 30% no total de vacinas a serem enviadas nas próximas semanas. O envio de cilindros de oxigênio será reforçado.
Obras
E Gladson ainda conseguiu duas cerejas para seu bolo: a liberação das obras do anel rodoviário de Brasiléia e Epitaciolândia, obra crucial de seus compromissos eleitorais e o necessário viaduto na corrente. Além de imprescindíveis, duas obras com alto potencial para influir na eleição do próximo ano.
Mudança
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, admitiu que será quase obrigatória a revisão da lei do orçamento aprovada na Câmara e que tem situações absurdas. Está aberto a um substitutivo a ser enviado pela equipe econômica, embora queira preservar e puxar a brasa para o Senado, da verba de emendas parlamentares, que foi inflada para R$ 42 bilhões pelo relator Márcio Bittar.
Justificando-se
O senador Márcio Bittar explicou em entrevista ao O Globo que poderá rever as emendas extras incluídas no seu parecer para ajudar a solucionar as dificuldades apontadas pela equipe econômica em executar o orçamento deste ano. “Sempre fui um aliado do governo. Se eu puder ajudar, não vou criar problemas”, afirmou. “Por enquanto o que posso dizer é que não fiz nada sem o conhecimento da Economia. Corte na Previdência, mudança no auxílio-doença, que depende de uma MP (medida provisória), abono salarial, seguro-desemprego. Nada disso foi invenção minha”, disse o senador.
Verdade
Em uma coisa Bittar tem razão: a maioria dos absurdos de seu projeto de orçamento não nasceu de sua cabeça. Até porque a falta de formação e experiência profissional do senador na área não permite esses voos de planejamento e de soluções econômicas. Como a equipe econômica rejeitou muitas das propostas, fica a pergunta de quem pode ter soprado para o senador acreano o corte de despesas obrigatórias, a pedalada fiscal inevitável. Nem Márcio Bittar teria condições de fazer essa lambança sozinho.
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