Por Luciano Trindade
É compreensível que diante das 2.798 mortes por covid no Brasil (recorde num dia), tenha passado despercebido que 16/03 é o Dia Mundial de Conscientização sobre Mudanças Climáticas.
Mas esse dia era para ser, desde sempre, de reflexão dos brasileiros sobre o que estamos fazendo com nosso maior patrimônio: a Floresta Amazônica.
O fato de ser a maior biodiversidade do mundo e um patrimônio econômico imensurável ainda não conhecido nem estudado parece que não sensibiliza muitos brasileiros. Pelo contrário, às vezes se percebe uma certa raiva contra a Floresta em pé e um profundo desejo de vê-la no chão.
Mas é preciso lembrar o óbvio: a Floresta Amazônica e a fonte de água para o restante do Brasil e, por consequência, essencial para a economia nacional e para o enriquecimento individual, inclusive daqueles que a destroem.
Assim com é impensável a Arábia Saudita explodisse suas reservas de petróleo, a mesma lógica deveria ocorre em relação ao Brasil e à Floresta Amazônica.
Olhando o Mapa Mundi, observamos que os desertos estão todos situados na linha dos trópicos. E na linha do Trópico de Capricórnio estão os desertos Outback na Austrália, Kalahari na África e Atacama no Chile. O único lugar que o Trópico de Capricórnio não forma deserto é no Brasil. Por quê será??
A umidade da Floresta Amazônia produz os "rios voadores", que são os vapores d'água formados pela evaporação das árvores. E quando esses verdadeiros rios d'água descem, a Cordilheira dos Andes de um lado e os ventos alísios do atlântico de outro fazem com que toda chuva caia sobre as regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil.
Resumindo, as regiões mais desenvolvidas e os estados mais ricos do Brasil só não são desertos graças à Floresta Amazônica. Eles são os maiores beneficiados da floresta em pé e deveriam ser os maiores interessados na sua preservação.
Entretanto, é preciso dizer que o maior patrimônio do país não é devidamente lembrado, estudado ou valorizado.
A maioria dos brasileiros desconhece essa realidade. Por isso imaginam que desenvolvimento e produção de riqueza é derrubar a floresta, nosso maior patrimônio econômico.
Chega de dizer que temos o maior patrimônio natural do mundo!!!
Precisamos urgentemente perceber que nossa riqueza atual, majoritariamente produzida nas regiões centro-oeste, sudeste e sul, seja pelo agronegócio ou pela indústria, dependem da Floresta Amazônica.
Imaginem o que seria de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul sem a Floresta Amazônica...
Minha sugestão é incluir nos programas escolares maior estudo sobre a Floresta Amazônia, os "rios voadores" e seus impactos na geografia e economia do Brasil.
Afinal, as futuras gerações vão estudar o quê senão nosso maior patrimônio?
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