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TAGARELICES | 50 anos de chão firme

Há pessoas que não precisam levantar a voz para serem ouvidas. Basta estarem. É o caso da minha irmã Luzia

01/07/2025 às 16h33 Atualizada em 02/07/2025 às 15h28
Por: Redação Fonte: Acreaovivo.com
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               Por Socorro Camelo 

Há pessoas que não precisam levantar a voz para serem ouvidas. Basta estarem. É o caso da minha irmã Luzia.
Cinco décadas de CREA. É tanto tempo que eu quase quis perguntar se foi ela quem desenhou a primeira prancheta da sede, ou se ajudou a inventar o carimbo com aquele som de autoridade mansa que só ela sabe usar com firmeza e doçura ao mesmo tempo. 

Mas Luzia não gosta de alarde. Nunca gostou. Trabalha como quem respira: com naturalidade, constância e um senso de dever que não depende de plateia. Só que, desta vez, a plateia chegou. Chegou porque é impossível ignorar uma mulher que passou 50 anos fazendo o que era certo. Mesmo quando ninguém via.

Luzia não é engenheira. Mas, se fosse, seria daquelas que projetam o invisível: confiança, respeito, ética. Ela construiu, ao longo de meio século, um jeito de trabalhar que se tornou referência. Não à toa, muitos aprendem com ela sem que ela diga uma palavra, basta observá-la.
Ela não fiscaliza só documentos. Fiscaliza silêncios, omissões. E faz isso com a força gentil de quem sabe: o rigor não precisa ser ríspido, e a firmeza pode andar de mãos dadas com o afeto.
Como irmã, digo o que talvez nem todos saibam: Luzia é aquela que escutou meu primeiro choro, que me presenteou com minha primeira boneca Susy e, mais tarde, com meu primeiro sutiã,um rito de passagem silencioso que, até hoje, me emociona. Foi ela quem esteve ao meu lado em momentos que ninguém viu, segurando o mundo para que eu não desabasse.

Hoje, ao saber que ela foi homenageada por uma trajetória rara, longa e impecável, penso que o CREA tem sorte. Sorte de ter tido, por tanto tempo, alguém que não apenas trabalhou ali mas que pertenceu. Que entregou seus dias, sua inteligência, sua paciência, seu olhar preciso. E que, mesmo agora, quando poderia apenas receber flores e palmas, segue com a mesma elegância de sempre: grata, discreta, ética.

Luzia, minha irmã, você é daquelas mulheres que fazem história sem precisar escrever. Mas eu, que escrevo, faço questão de deixar isso registrado: você é minha referência. Profissional, humana, afetiva.

Obrigada por ser quem é. Por ter escolhido esse caminho de integridade. Por mostrar que excelência se faz com constância, generosidade e honra. Parabéns pelos 50 anos de CREA e por cada dia que você foi mais do que um cargo: foi exemplo.

Te amo.

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