No dia em que o mundo celebra o meio ambiente, o Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC) deu mais um passo para se tornar mais sustentável e encorajar outros órgãos e a sociedade acreana a fazerem o mesmo. Nesta quinta-feira, 5, os conselheiros aprovaram, por unanimidade, durante sessão plenária, a Política Institucional de Sustentabilidade da Corte de Contas.
“A sustentabilidade tem se consolidado como uma prioridade mundial, tendo em vista o cenário dos impactos das mudanças climáticas globais que tem superado as previsões dos cientistas. A crise climática tem evidenciado cada vez mais a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, mais justo, sustentável e inclusivo”, justifica um trecho do documento elaborado pela presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício.
Relator do processo, o vice-presidente da Corte, conselheiro Ronald Polanco apontou que a adoção de uma política de meio ambiente no órgão é ‘imprescindível para a promoção do desenvolvimento sustentável’.
“As instituições públicas precisam cada vez mais fazer a compensação do carbono que é consumido. Essa atuação do Tribunal de Contas pode ainda ajudar no engajamento de outros órgãos públicos e principalmente na redução dos impactos ao meio ambiente”, salientou.
Agenda 2030
Uma das responsáveis pela elaboração da política, a auditora de controle externo Dirlei Bersch, coordenadora do Eixo Ambiental do TCE-AC, explica que a ideia, desde o começo, era alinhar o Tribunal com a Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Estabelecida em 2015, a agenda traz ações, diretrizes e programas que devem ser adotados pelos países membros da ONU para alcançar o desenvolvimento sustentável até a data limite. O documento estabelece 18 ODS e 169 metas correspondentes em diversos campos como erradicação da pobreza e fome, igualdade de gênero, energia limpa, saneamento, educação e outros.
“Por isso, um instrumento, como esse que é uma política institucional de sustentabilidade perspassa toda a operação do tribunal, todos seus órgãos e instâncias, com um compromisso para três dimensões da sustentabilidade operadas por essa política: É a dimensão da logística sustentável, gestão de pessoas e governança institucional. Para além de práticas internas ela também opera a liderança pelo exemplo”, enfatizou.
Ações práticas do TCE-AC
Após a aprovação da política, o trabalho agora passar a ser a elaboração do plano de sustentabilidade estabelecendo ações concretas que o Tribunal de Contas deverá colocar em prática para garantir o alinhamento com a agenda da ONU.
“O que eu mudo na minha prática interna para incorporar de fato a sustentabilidade no tribunal e muito além, nas pessoas. Todo mundo vai repensar suas ações, as suas práticas tanto institucionais quanto em suas vidas”, explica.
Exemplo de prática sustentável já adotada pelo TCE-AC é a coleta seletiva, um projeto feito em parceria com a Catar e Prefeitura de Rio Branco; os critérios de compra também passam a incluir cláusulas para garantir a sustentabilidade; e também desenvolve o trabalho de recuperação dos serviços ecossistêmicos da bacia do Igarapé São Francisco.
“Vamos implantar ainda um ecoponto para servir tanto internamente quanto para a sociedade. Iniciamos hoje com a implantação de um bosque que é uma forma de colaborar com a parte de retenção hídrica e esses são só alguns exemplos”, conclui.
Bosque misto
Ainda como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, mudas de árvores foram plantadas na área externa do TCE-AC. A ideia, segundo Dirlei, é criar um bosque misto que possa ajudar na arborização da cidade e estimular a formação de um corredor ecológico que possa atrair ainda aves e outros animais.
Seringueiras, pitangueiras, ipês, pés de açaí e outras espécies vegetais vão, a partir de agora, ser uma llembrança permanente do compromisso da Corte com o tema. As primeiras árvores foram plantadas por conselheiros e representantes do Ministério Público de Contas e dos servidores do TCE-AC.
“Foi maravilhoso no Dia do Meio Ambiente poder representar os servidores como presidente do Sindicato e é uma benção poder ter uma árvore plantada no primeiro bosque do Tribunal de Contas, que também tem essa obrigação constitucional de cuidar do meio ambiente”, celebrou Valdiza Moniz, presidente do Sindicatos dos Servidores do Tribunal de Contas (Siscontas).
Procurador do Ministério Público de Contas, João Izidro também teve a oportunidade de deixar sua árvore plantada no bosque.
“O plantio de árvores humaniza o ambiente, torna a cidade mais arejada, produz sombra, aumentam o conforto térmico, dão frutos, ajudam na retenção de água no subsolo. Tudo que as cidades modernas deixaram para trás estamos tentando resgatar com esse ato. E um aspecto simbólico é incentivar para que outras pessoas, outras entidades comecem a fazer a mesma coisa e aos pouquinhos a gente comece a arborizar Rio Branco novamente”, disse esperançoso.
A presidente do TCE-AC, conselheira Dulce Benício também fez questão de plantar sua muda e destacou o papel essencial que as árvores cumprem na manutenção do planeta como ao absorver dióxido de carbono e produzir oxigênio além de servir de casa para várias outras espécies.
“Esse é o momento em que a gente reflete sobre isso, inspira e passa para a sociedade o cuidado que o tribunal quer ter. É também um chamado para que possamos contar com cada uma das pessoas do nosso estado para que tenham esse olhar tão necessário, face as mudanças climáticas adversas que o mundo inteiro enfrenta”, concluiu.
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