Kauã Ícaro dos Santos, egresso do Instituto Federal do Acre - Ifac, microempresário varejista, montou seu negócio iniciado aos 16 anos. Com o suporte de aulas de empreendedorismo e professores que posteriormente se tornaram referência, Kauã é proprietário de um negócio com presença digital, estruturado e bem localizado, resultado direto da educação pública.
“Se não fosse essa matéria [escolar], acho que eu nem teria essa loja hoje”, afirma o jovem. O tom ainda é carregado da surpresa de quem viveu o início e se certificou do quanto o incentivo institucional foi fundamental para o avanço do seu negócio.
“Nas aulas, eu estudava sobre precificação, custos, estoque, empresas e isso me ajudou muito a tomar decisões”. Para o aluno, o Ifac foi um espaço de troca de experiências, de questionamentos sobre seu futuro empreendimento e de encorajamento unido ao conhecimento científico. “Eu perguntava muito ao professor e a gente tinha uma troca de ideias bem ‘da hora’ sobre empresas, logística e mercado no geral”.
O educador em questão é Douglas Henrique Canizo, servidor do IFAC desde 2010. Doutorando em Direito pela Universidade de Brasília e mestre em Teologia, Douglas acumula diversas especializações nas áreas de comportamento do consumidor, psicologia de grupos, gerenciamento de projetos, gestão de crises e logística em e-commerce. Sua atuação no IFAC, além da educação formal, contempla também projetos de extensão e pesquisa com foco em sustentabilidade, inclusão social, combate ao assédio moral e formação cidadã.
Kauã, assim como muitos alunos do Ifac, foi contemplado com um projeto de monitoria. Ele que já ajudava colegas com TDAH e outras dificuldades, foi selecionado para receber uma bolsa auxílio no valor de R$ 400. Com a bolsa, aplicou os primeiros conhecimentos de gerenciamento de finanças que aprendeu na disciplina de empreendedorismo do curso de Técnico em Redes.
E assim, com a dificuldade comum dos inícios, Kauã destinou uma pequena quantia de recursos para iniciar seu negócio. “O começo foi muito difícil. Entrei de cabeça e fui aprendendo no caminho, mas eu gostava daquilo e isso fez total diferença.” Hoje, ele próprio produz conteúdos, tutoriais sobre vendas, marketing, gestão. “Aprendi muito desde o primeiro dia da loja até agora e continuo aprendendo. Sempre tem algo pra melhorar.”
A história do jovem empresário indica que não há idade certa para começar, o que existe é lugar certo para aprender. A educação, ao alinhar teoria, prática e preparação para o mercado, cada vez mais dinâmico e exigente, é capaz de transformar realidades.
“Se eu pudesse dar um conselho, seria: goste do que você faz, busque conhecimento. Não adianta começar um negócio que você não gosta, mas se você amar o que faz, se dedicar, estudar, vai dar certo.” Concluiu o empresário.
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