Por Socorro Camelo e colaboradores*
Resíduos hospitalares e abandono
Em frente ao Hospital da Criança, no coração de Rio Branco, o cenário é de abandono e risco. Resíduos hospitalares descartados de forma irregular viraram ponto de encontro de usuários de drogas, que vasculham lixo tóxico em busca de qualquer coisa — e encontram o desprezo do poder público.
Perigo
O local, que deveria ser referência em cuidado, hoje é sinônimo de perigo. As denúncias são constantes, mas a fiscalização é nula. O silêncio da prefeitura diante dessa tragédia anunciada diz muito: parece que, para alguns gestores, as crianças só importam nas redes sociais. Isso é tema do nosso editorial de hoje. Com a palavra, o Ministério Público.
Saneamento
O prefeito de Rio Branco parece mais interessado em arrumar as malas do que em arrumar a cidade. A rede de esgoto da cidade é um exemplo. Mesmo com um modelo de consórcio municipal sendo articulado pelo senador Alan Rick, inspirado em soluções de sucesso, como no Amapá, a capital insiste em seguir na contramão. Não quer aderir, não quer discutir, não quer avançar. Enquanto isso, a população continua adoecendo por falta de saneamento. E o discurso segue o mesmo: tudo sob controle. Só não dizem de quem.
Asfalto
A prefeitura encerrou o programa “Asfalta Rio Branco”, praticamente assumindo que a ação era, no fundo, uma vitrine eleitoreira. Passada a eleição, não precisa mais. O problema é que muitas das ruas que teriam sido beneficiadas já mostram sinais de deterioração. Outras nem chegaram a ser concluídas. E tudo isso foi bancado com um empréstimo gordo, para obras que seriam — segundo a propaganda oficial — “definitivas”.
Dinheiro
A justificativa é que foi aplicado R$ 140 milhões dos R$ 190 milhões estimados. Agora fará nova licitação para gastar os R$ 50 milhões restantes. Sem transparência, sem detalhamento técnico. Na Câmara, a base do prefeito esvaziou a sessão de ontem para evitar protestos e questionamentos da população. Afinal, questionar virou incômodo.
Amor é lindo
Mas o amor é lindo — e pago com o dinheiro do contribuinte. Bocalom decidiu levar a esposa-secretária em viagem oficial, devidamente custeada com diárias públicas. A justificativa é legal: ela tem cargo comissionado e pode acompanhá-lo em missões. Mas o que é legal nem sempre é moral. E, nesse caso, a legalidade virou biombo para o nepotismo escancarado.
Indígenas
A atriz e ativista americana Angelina Jolie, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante em 2000 por Garota Interrompida, veio ao Brasil e visitou a aldeia Piaraçu, no Parque do Xingu (MT), onde se reuniu com o cacique Raoni. Em parceria com a organização Re:wild — fundada por cientistas e pelo ator Leonardo DiCaprio — Jolie discutiu questões ambientais e os desafios enfrentados pelos povos originários.
Ministra
Angelina Jolie também se reuniu com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e se comprometeu a dar visibilidade internacional à causa indígena brasileira, especialmente na defesa dos territórios tradicionais. Uma voz poderosa em tempos de silenciamento.
Ascendência
Angelina, considerada uma das maiores atrizes de sua geração, tem ascendência ameríndia (iroquesa e huroniana) e faz questão de manter ativa sua luta por diversidade, meio ambiente e inclusão. No momento em que vozes extremistas ganham espaço no mundo, é importante que estrelas como ela se posicionem com firmeza e propósito.
Manifestação
Ontem, no Dia Mundial do Autismo, um grupo de mães atípicas realizou um ato simbólico para cobrar políticas públicas e inclusão real para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A manifestação foi mais que um protesto: foi um grito por conscientização.
De preto
Vestidas de preto, em sinal de luto, as participantes mostraram sua dor e sua resistência. Durante o ato, balões foram soltos como símbolo de esperança. Esperança de que, um dia, o poder público olhe com seriedade para quem precisa. Porque essa é uma causa que não pertence só às famílias atípicas. É de toda a sociedade.
Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço segundas, quartas e sexta-feiras.
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