Por Socorro Camelo e colaboradores
Bomba
A bomba do dia de ontem foi o anúncio do deputado Eduardo Bolsonaro de que fixará residência nos Estados Unidos, quase como um asilo e, para isso, se licenciou do mandato. Como sempre, há muita coisa por trás desse fato e da data escolhida para a divulgação.
Oportunidade
A extrema direita conseguiu tomar os holofotes da mídia e das redes sociais com essa história, exatamente no dia em que o presidente Lula cumpria uma das grandes promessas de seu governo, com impacto direto em mais de 30 milhões de trabalhadores. No dia em que o presidente encaminhou projeto para isentar de Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais, a direita, sem argumentos, sem discurso, apela para uma patuscada desse naipe, um suposto asilo político, bem ao estilo “Fuga das Galinhas”. É assim que o extremismo age.
Companhia
Certamente, nos Estados Unidos, o deputado Bolsonaro estará em situação melhor do que as quatro fugitivas dos ataques de 8 de janeiro, que quebraram a tornozeleira eletrônica, saíram do Brasil para a Argentina e foram para os Estados Unidos um dia após a posse de Trump, para viver seu sonho americano de “liberdade”. O resultado? Foram presas ao tentar entrar ilegalmente no país e, desde então, estão detidas em solo norte-americano, há mais de 50 dias. E serão deportadas e presas assim que desembarcarem no Brasil. Mandadas por Trump para a prisão no Brasil. Seria cômico se não fosse trágico.
Dois pesos
Aqui no Brasil, grande parte da imprensa, inclusive jornalistas mulheres influentes e estudiosas das questões femininas, se estarreceram porque o presidente Lula disse que havia nomeado uma mulher bonita, Gleisi Hoffmann para o ministério. Denunciaram sexismo, afronta à mulher e coisa e tal. Interessante é que não se viu a mesma indignação – na verdade não houve nenhuma reprimenda dessas influenciadoras femininas - quando Bolsonaro disse em alto e bom som que "não dá pra comer mulher petista", porque são "feias e incomíveis". É ou não é uma sensibilidade seletiva?
Árvores
E o presidente Donald Trump anunciou um decreto liberando a derrubada maciça das florestas americanas, para beneficiar e vender a madeira. Disse que sua nação tem imensas áreas florestais que precisam ser aproveitadas com urgência. É um pesadelo pior que a maior distopia que a ficção científica seria capaz de imaginar.
Pesquisas
Começam a sair pesquisas no Acre para todos os gostos. Será um fenômeno normal até a época do início da campanha, quando esses levantamentos terão que ser registrados na Justiça Eleitoral e realizados com maior apuro e cuidado. Agora, vale tudo, ao sabor de quem encomenda e a quem interessa a pesquisa. São coisas da democracia, quase sem controle.
Cocaína
Um caminhão frigorífico deixou o Acre carregado de carne bovina com destino a Belo Horizonte, em Minas Gerais. O que era para ser uma boa notícia econômica, se transformou em um escândalo policial. O veículo foi parado em uma grande operação policial em Goiás e encontraram mais de 220 pacotes de cocaína em meio à carne, totalizando mais de 70kg, droga de alta pureza. O valor aproximado seria de R$ 11 milhões.
Mal contado
Tudo é mal contado nessa história. Como um frigorífico permite o embarque de drogas acondicionadas em malas, em meio à carne selecionada, que deveria passar por rígidos processos sanitários? Cadê essa fiscalização sanitária? Como foi feita a passagem pelo posto fiscal da Tucandeira? Ninguém abre a caçamba para verificação? Quem é o responsável pelo embarque? Um caminhão desses sai selado, após fiscalizado na saída do estado, para que não seja aberto no meio da viagem, Então, a droga foi acondicionada na partida. Os empresários, os transportadores serão responsabilizados?
Pagamento
O motorista confessou que receberia R$ 1 mil por pacote, ou R$ 220 mil. Que entregaria a um intermediário no meio da viagem. Mais uma vez, história mal contada, pois a carga é lacrada. A polícia pode se contentar em prender os peixes pequenos, mas está claro que há interesses poderosos e esquemas criminosos e econômicos por trás desse tráfico. Se esse caminhão foi apreendido, quantos conseguiram burlar a polícia?
Perigo
O governo do estado cansou de avisar e pedir para que a população não usasse a enchente na capital para a prática de esportes fluviais perigosos, para a natação no rio e nas enxurradas, para saltos da ponte e de barrancos. Além da contaminação da água por esgotos estourados, por dejetos, podendo causar doenças graves, a cheia muda as correntezas, cria novos obstáculos, fazendo o perigo aumentar.
Marinha
Por isso, a Marinha brasileira enviou duas equipes de polícia fluvial para barrar os excessos. Se uma equipe focar na Gameleira, muitos acidentes serão evitados. É preciso respeito e seguir as orientações.
Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sextas- feiras.
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