Por Socorro Camelo e colaboradores
Aos poucos
A presença das mulheres nos espaços de poder vai avançando aos poucos. O presidente Lula nomeou uma advogada de Direitos Humanos para ministra do Tribunal Superior Militar, que está sendo presidido pela primeira vez por uma mulher. E o Exército pode ter, até o fim do ano, pela primeira vez em 200 anos, mulheres no posto de general.
Candidatas
Nas promoções que acontecerão em outubro, as coronéis médicas Carla Maria Clausi e Carla Lobo Loureiro estão listadas. Ambas fazem parte da turma de oficiais médicos de 1997. A coronel Carla Clausi, médica especialista em cardiologia clínica e terapia intensiva, foi a primeira mulher no comando de uma unidade militar do Exército. Em 2015, ela assumiu a direção do Hospital de Guarnição de João Pessoa, sofrendo intensos ataques machistas.
Médica
Já a coronel Carla Lobo Loureiro, atual inspetora de Saúde da 12ª Região Militar, em Manaus, tem especialização em otorrinolaringologia e dedicou boa parte de sua carreira ao Comando de Aviação do Exército. Ela foi pioneira no comando de duas importantes organizações militares de saúde: o Hospital de Guarnição de Florianópolis (2019-2022) e o Hospital Militar de Área de Porto Alegre (HMAPA), onde atuou até dezembro de 2023. Valorosas mulheres, que vão abrindo caminho.
Estabilização
O Rio Acre praticamente estabilizou este fim de semana, com chuvas menos intensas na capital. Mas persistem reclamações ao atendimento da Defesa Civil nos bairros atingidos. São os moradores que, nos próprios barcos, agilizam a retirada de pessoas em áreas alagadas. Isso sem contar com o medo das famílias desalojadas, com a possibilidade de invasões e roubos nas residências alagadas. A presença policial é pequena.
Subida
Porém, ontem à noite, o rio voltou a apresentar sinais de subida, ultrapassando os 5,81m e ameaçando chegar aos 16 metros, dois metros acima da cota de transbordamento. Mais bairros seriam atingidos com essa realidade.
Água
E, aos poucos, depois do colapso do abastecimento, a água vai voltando às torneiras, mas sem nenhuma garantia de que as soluções emergenciais possam aguentar até uma total reforma nas estações de tratamento. É contar com a sorte e as orações.
Ausentes
Tanto o senador Márcio Bittar, como o prefeito Tião Bocalom, bolsonaristas raiz, estiveram ausentes no ato do ex-presidente na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, ontem. Não pegaria bem que, em plena enchente, fossem fazer política a esse nível. Ninguém representou o Acre.
Flopou
Fizeram bem os políticos acreanos. Como se diz nas redes sociais, a manifestação por anistia “flopou”. Mesmo com o esforço mentiroso de autoridades cariocas de inflar o público, menos de dois quarteirões estavam tomados na orla da praia. Para esconder o vexame, a extrema direita está publicando fotos de manifestações passadas, com mais gente, como se fossem de ontem. Só funciona para os radicais.
Solta
Uma mulher atraiu um jovem na capital para uma armadilha, em que foi executado pelo Comando Vermelho. A mulher foi presa e acabou liberada na audiência de custódia, pelo fato de ser mãe de filhos pequenos. O caso gerou polêmica, com muita gente questionando o tratamento à cumplice confessa de assassinato. Como se o fato de ter filhos pequenos justificasse a liberdade para cometer crimes.
Posição
A Associação dos Magistrados Acreanos contestou as críticas, alegando que foi seguido o procedimento legal, normas internacionais das quais o Brasil é signatário e da forma prevista no Código de Processo Penal e em resoluções do CNJ. Seja como for, a questão é delicada e ensejou forte questionamento, dividindo opiniões.
Crimes
Falando em crimes brutais de mulheres, chocou o país o caso de uma mulher em Cuiabá que matou, com um golpe de “mata leão”, uma adolescente de 16 anos, grávida, fez o parto do bebê, que nasceu com plena saúde e tentou registrar a criança em seu nome. Sem arrependimento, a criminosa alegou que viu a oportunidade de ter uma criança e não teve dúvidas em agir de acordo com sua vontade. É a mais pura barbárie.
História
O Ministério Público Federal vai recorrer de decisão da justiça federal de primeira instância no estado que julgou processo afirmando que não houve omissão do estado e da União nas investigações da morte do líder seringueiro Wilson Pinheiro, assassinado na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Acre, em Brasileia, em 1980. Na época, em plena ditadura militar, o crime suscitou revolta, no momento em que o conflito de terras no Acre explodia, com a ação de jagunços a mando de fazendeiros. O MPF quer levar o caso à reconsideração do TFR 1, em Brasília, para responsabilizar a União. A memória de Wilson Pinheiro merece esse reconhecimento.
*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sexta-feira. Qualquer contato pode ser feito por e-mail para [email protected]
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