ACRE EM NOTAS | Ser Mulher no Brasil: Um Ranking de Desigualdades

Por Socorro Camelo e colaboradores*

Ser mulher

Rio Branco é a sexta pior capital e está no lugar 153 entre as piores cidades para ser mulher. O levantamento é do instituto Tewá 225, que analisou 319 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes para medir desigualdades de gênero em áreas fundamentais, dando pontos em indicadores de desigualdade salarial, presença feminina nas câmaras de vereadores, taxa de jovens mulheres que não estudam nem trabalham e a diferença percentual entre homens e mulheres nessa mesma situação.

Análise

A análise também considera fatores como raça, biomas, economia regional e outras realidades que moldam as oportunidades disponíveis para as mulheres. 97% dos municípios da Amazônia apresentaram níveis muito baixos de igualdade de gênero. Cada indicador foi pontuado de 0 a 100 e o resultado aponta que ainda há um caminho muito grande em busca da igualdade. A melhor cidade do ranking, Araras, em São Paulo, alcançou apenas a pontuação 53,5 pontos em 100 possíveis. Brasília, a melhor capital, teve 50.

Rio Branco

Rio Branco, mesmo com um índice considerado muito baixo de igualdade de gênero, 34,5 em 100, ficou à frente de Vitória, a última do ranking, com 26,7; São Luiz, Porto Velho, Natal e Maceió. Fora das capitais, a pior cidade pesquisada foi Paranaguá, porto do Paraná, com 12,7 e São Pedro da Aldeia, no Rio de janeiro, com 15 pontos em 100.   Nenhuma cidade tem índice satisfatório em igualdade de gênero. Isso diz muito sobre o país.

Resistência

Mas as mulheres resistem e mostram seu valor em todas as áreas. Na literatura, a Associação das Jornalistas e Escritoras do Brasil- seção Acre, lança hoje, em Brasília, a primeira antologia Letras de Mulher, com a produção de autoras acreanas.

No Acre

No Acre, o lançamento da coletânea será no dia 29 de março, às 18h30, no Teatro Hélio Melo. Como bem diz a apresentação, “cada texto é um pedaço de coragem, pois a literatura feminina não é um gênero, é uma força”.

Marina

Depois de Jorge Viana, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, foi a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, um dos tradicionais espaços de debate político e institucional do Brasil. Serena, mas incisiva, Marina defendeu seus pontos de vista, muitas vezes polêmicos, mas que apontam a coerência que ela tem mantido por toda a vida.

Frente Ampla

Marina descartou completamente a possibilidade de voltar a se candidatar à Presidência da República, afirmando que "hoje eu quero continuar ajudando para que o projeto da frente ampla, de defesa da democracia, continue vitorioso". Uma postura que precisa passar para seus correligionários da Rede Sustentabilidade no Acre, que sonham com voos solos, fora da unidade da frente de esquerda.

Defesa

Marina defendeu o governo Lula e suas realizações, disse que se sente confortável como parte da equipe e foi explicita quando falou sobre sua saída do ministério, em 2008, dando nomes aos bois e atribuindo ao então governador de Rondônia, Ivo Cassol e ao então senador e grande produtor de soja, Blairo Maggi.

Objetivos

Marina Silva disse acreditar que o grande desafio, além da defesa da democracia, é lutar por um projeto de desenvolvimento que inclua o combate à desigualdade, defenda o meio ambiente e estimule o surgimento de novas lideranças. Para ela, a defesa do meio ambiente é um caminho de esperança para um mundo em conflito.

Comemoração

Marina tem o que comemorar. Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal atingiram seu menor valor histórico para um mês de fevereiro. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registaram apenas 81 km² de áreas desmatadas naquele mês, em 2025, o menor índice para fevereiro desde o início da série histórica em 2016. A taxa representa uma queda expressiva de 64,3% em relação ao mesmo mês de 2024, quando foram detectados 227 km² de desmatamento.

Vazante

Na noite de terça-feira, o Rio Acre começou a dar sinais de vazante, depois de atingir 13 bairros na capital e desalojar cerca de 50 pessoas. A previsão é de diminuição das chuvas até domingo. Mas alguns bairros na capital reclamam de falta de apoio da Defesa Civil Municipal.

Água

Seja a chuva, seja a capivara arrastada pelas máquinas, qualquer desculpa serve para a suspensão da distribuição de água na capital. Ontem, foi o impacto de uma árvore levada pela correnteza, que virou o flutuante e danificou a bomba na ETA II. Não existe nada mais precário em Rio Branco do que a estrutura do SAERB. Na cidade, falta água na enchente e na seca. Incrível.

*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sexta-feira.  Qualquer contato pode ser feito por e-mail para [email protected]