ACRE EM NOTAS | Ambientalismo de Birra

Por Socorro Camelo e colaboradores*

Veto

Apesar da posição favorável do governo Lula, da maioria da bancada parlamentar da Amazônia, certamente da maioria da população dos estados, do ambientalista, relator do Código Glorestal, ex-senador e ex-governador Jorge Viana, presidente da APEX, entre tantos, o IBAMA está disposto a negar autorização para a perfuração experimental da Margem Equatorial, talvez o maior depósito de petróleo do mundo.

Margem Equatorial

A Margem Equatorial Brasileira é uma extensa área marítima ao longo da costa norte do país, abrangendo estados como Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Estudos indicam que essa região pode conter uma das maiores reservas de petróleo do mundo, com potencial semelhante ao das descobertas feitas na Guiana e no Suriname. Apesar desse potencial, a exploração tem sido travada por entraves burocráticos e resistência de órgãos ambientais como o IBAMA, que agora ameaça negar a autorização para perfuração experimental na região.

Birra

Não há razões técnicas que justifiquem essa posição. Guiana, Guiana Francesa, Suriname estão explorando o local, sem nenhum incidente até agora. Como Jorge Viana explicou, o Brasil explora o Pré-sal, retirando petróleo a sete mil metros de profundidade, há mais de 12 anos, sem que houvesse qualquer vazamento. Parece que é só birra e pessoas tentando se apegar ao naco de poder que possuem, para mostrar uma importância que, na verdade não têm.

Melhor seria

O IBAMA, que manteve uma greve injustificada durante a temporada de queimadas na Amazônia, no ano passado, que se omitiu nos incêndios do Pantanal, se enclausura em opiniões radicais, sem levar em conta a conjuntura política e econômica do país. Como bem explicou Jorge Viana, o petróleo é o maior produto em nossa pauta de exportação e precisa ser valorizado. Mera picuinha, que pode ser resolvida com boas cantadas de demissões..

Mulheres

Acontece dia 12 de março, no mês da Mulher, o lançamento em Brasília do livro Letras de Mulher, a primeira Antologia da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB) - Coordenação Acre. A obra é editada pela editora EME Amazônia e reúne a produção de jornalistas e escritoras do Acre, mostrando o talento, a sensibilidade e a determinação da mulher acreana.

Evento

O evento será realizado no restaurante Sallva, no Pontão do Lago Sul, dia 12 e será́ uma noite especial para celebrar a força da escrita feminina. Quem estiver nessa data em Brasília, não pode perder esse lançamento da AJEB-Acre, que mostra seu papel primordial na valorização da cultura.

Condenação

O secretário de Agricultura de Rio Branco, o polêmico Eracides Caetano de Souza, que já comprou briga com políticos, servidores, produtores, moradores da zona rural, mas que foi mantido no cargo pelo prefeito Bocalom, dessa vez foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado.

Irregularidades

O secretário é acusado de cometer irregularidades na famigerada “carona”, método altamente questionado de tomada de preços, que pesou em uma licitação da prefeitura de Plácido de Castro. Vai ter que devolver R$ 206 mil aos cofres públicos e levou uma multa de R$ 23 mil. Nem por isso sequer balançou no cargo, graças ao amigo prefeito.

Desculpa esfarrapada

E o líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Rutênio Sá, sem saída para explicar as inundações em 17 bairros da capital, atribuiu o problema ao programa Ruas do Povo, do governador Tião Viana, que deixou o cargo há seis anos. O prefeito Bocalom está no quinto ano de sua administração. Será que poderia ter feito alguma coisa nesse caso? Será que o programa, que sua nêmesis e justificativa para todos os problemas, não teria como ser corrigido em sua gestão, se fosse tão devastador assim para os moradores?

Não cola

Toda a população sabe que é uma desculpa esfarrapada e que serve apenas de cortina de fumaça para a completa inoperância da prefeitura nos bairros, às voltas com os problemas do único programa urbano que realizou, o politiqueiro Asfalta Rio Branco, que está se desfazendo na maioria das ruas.

Trégua

O Acre é um dos nove estados em que a polícia tem confirmação da vigência da trégua entre as facções Comando Vermelho e PCC. E o CV, em um “salve”, forma de comunicado com as bases, expressou interesse em estender essa trégua para outros grupos criminosos.

Vitória

O absurdo é ver criminosos comemorando o acordo como uma vitória contra a polícia e a justiça e ainda estabelecer o dia 25 de fevereiro, dia do início da trégua, como uma data a ser lembrada, quase um feriado nacional do crime.  Em mensagem, os criminosos afirmam que “toda guerra, ao longo da história, teve início, meio e fim, e, graças aos esforços de muitos e a uma longa negociação, chegamos ao tão esperado fim”. E diz que as organizações criminosas estão colocando fim à guerra e “refazendo uma nova aliança pelo bem comum”. E o cidadão ainda tem que engolir esse “bem comum” do crime.

Força Nacional

Enquanto isso, o Ministério da Justiça prorrogou a presença da Força Nacional no Acre por mais 90 dias. Integrada por 23 agentes, é um contingente diminuto para a enorme missão de fornecer apoio nas ações de policiamento ostensivo, polícia judiciária e perícia forense, nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da proteção pessoas e do patrimônio. Dezessete agentes atuam no policiamento ostensivo nos municípios, menos de um por município e mais seis na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa na capital. Muito pouco.

Concessão

Um consórcio liderado pelo grupo Opportunity, um dos gigantes fundos financeiros do país, arrematou a concessão da BR-364, em Rondônia, a primeira da região Norte. A primeira missão do investimento anunciado de R$ 10,4 bilhões será a construção de seis pontos de pedágio, que devem encarecer e muito o frete até o Acre, o maior prejudicado com o leilão.

*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sexta-feira.  Qualquer contato pode ser feito por e-mail para [email protected]