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ACRE EM NOTAS | Experiência e conhecimento em cena

Com posições firmes, ex-governador do Acre mostrou que a política pode evoluir sem perder o embate

26/02/2025 às 13h57
Por: Redação Fonte: Acreaovivo.com
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ACRE EM NOTAS | Experiência e conhecimento em cena

Por Socorro Camelo e colaboradores*

Entrevista

Sem dúvida, o assunto político  da semana, até agora, foi a entrevista do ex-governador, ex-senador e presidente da APEX, Jorge Viana, ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, um dos mais respeitados e longevos espaços de debate democrático do país. Jorge, com sua experiência, mostrou moderação, conhecimento e foi amplamente elogiado pelo resultado.

Posições firmes

Jorge Viana se destacou por posições firmes a respeito de temas sensíveis, que mostraram a evolução do pensamento de esquerda no país, menos sectário, menos radical, mas igualmente polêmico. Em especial ao enfocar, por um novo ângulo, questões que há anos seriam anátemas no seu campo político.

Petróleo

Um exemplo claro foi a defesa que fez da exploração do petróleo na chamada Margem Equatorial, duramente combatida por personalidades como sua amiga de vida inteira, a ministra Marina Silva. Jorge considera a exploração inevitável. “A estimativa é que esta região tem mais de 10 bilhões de barris de petróleo. 10 bilhões de barris de petróleo é um pré-sal novo. Fica a 800 quilômetros de Belém, a 500 quilômetros da margem do Rio Amazonas. Fica a 170 quilômetros da costa do Amapá. E nós já estamos explorando petróleo, inclusive águas profundas, que é alto risco, mas nunca houve acidente”

Noruega

Jorge citou a Noruega, como exemplo de aliança da produção com preocupação ambiental. “A empresa da Noruega está explorando lá e a Noruega doa 1 bilhão de dólares para a gente cuidar do meio ambiente no Brasil. Olha, eu sou da Amazônia, tem 30 milhões de pessoas, o pior é o IDH” e continua: “eu vou ser bem claro, isso não afronta meus amigos históricos, ambientalistas, porque eu também trabalhei com Chico Mendes. Minha história, sou engenheiro florestal, fui relator do Código Florestal, mas eu acho que a pesquisa já deveria ter sido aprovada. Se for para explorar essa margem equatorial e tiver esse volume, eu estou falando que são 10, 12 anos de exploração com algo que nós nunca tivemos. Se isso for para melhorar a vida de 30 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, sou a favor. E, para proteger o meio ambiente, nós temos que ter uma modelagem diferente”.

Redes sociais e comunicação

Jorge Viana admitiu que a direita saiu na frente no novo mundo das redes sociais e ganhou parte da narrativa. “Acho que precisamos nos repaginar. Eu fico me cobrando isso. Como é que não vamos lidar com esse mundo de fake news, de mentira, de agressão?”

Evangélicos

Jorge Viana tocou em problemas que a esquerda vem enfrentando na comunicação com a população e citou o caso dos evangélicos, que ele considera fundamental. “Quando eu falo de repaginar é o seguinte, é preciso dialogar com os evangélicos, por exemplo, que formam uma parte dessa classe média C, que são pessoas que temos que ter diálogo. Não estou falando dos extremos, se tem um pastor extremista, se tem alguém lá, não estou falando dessas pessoas. Mas nós não podemos querer colocar todos no mesmo balaio. Para mim, nós precisamos fazer esse diálogo”.

Sem demonização

Prosseguindo esse tema, Viana disse que: “minhas duas filhas são evangélicas, meu genro é evangélico, pastor, mas fica parecendo que nós somos os enviados sei lá de quem. E quando não é, por quê? Porque tem um grupo extremo, que não é pequeno, que está usando os algoritmos, que está nas redes sociais satanizando uma história. E a gente não abre diálogo”. “Na classe C, metade é evangélica. 30% dos brasileiros são evangélicos. E nós, do PT, sempre tivemos um bom diálogo com os evangélicos, a vida inteira. Quando o Edir Macedo foi inaugurar aqui o Templo de Salomão era o governo Dilma. Sabe quem estava na inauguração? A presidente Dilma”.

Pauta identitária

Uma posição inesperada foi de críticas de Jorge Viana a um dos principais temas do PT, as pautas identitárias. “Eu acho que essa pauta identitária foi ruim para todo mundo. Eu pensei que, depois da pandemia, juro a você, que o mundo ia ficar melhor, mais humano, mais unido. Então, o mundo ficou pior. Se a gente não resolver esse assunto, temos risco de ser levado por essas narrativas de extrema-direita que tragam a parte dos conservadores, das pessoas de direita, que é normal que seja de direita conservadora” Sem dúvida, são pensamentos que deveriam motivar uma profunda reflexão na esquerda brasileira.

Concessão

Acontece amanhã o leilão de concessão da BR-364, em Rondônia. Serão 700 km privatizados, de Vilhena a Porto Velho, com seis praças de pedágio, que vão elevar o custo de transporte de uma carreta até o Acre em pelo menos R$ 1 mil. O Acre não terá nenhum benefício direto com a concessão, só problemas com custos e logísticas. Até a população de Rondônia critica a medida.

*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sexta-feira.  Qualquer contato pode ser feito por e-mail para [email protected]

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