Por Socorro Camelo e colaboradores*
Esvaziamento
Rio Branco vive um movimento semelhante a outras capitais e grandes cidades, que é o esvaziamento e desvalorização das áreas centrais. Hoje em dia, o antigo e pulsante centro, está claramente decadentes, com o comércio enfraquecido, salvo pelas lojas de produtos populares e sem a importância política de antes. E pode piorar, com a anunciada saída da Assembleia Legislativa.
Mudanças
Primeiro, foi a Justiça, com a sede do Tribunal e o Fórum Barão do Rio Branco levados para locais distantes. Depois, o governo do estado, que descentralizou suas secretarias e autarquias e hoje mantém uma estrutura menor. A Câmara dos Vereadores também saiu. A Assembleia se prepara para tomar rumo e fica só o gabinete do governador, o Palácio Rio Branco, cada vez mais cerimonial e histórico e a prefeitura da capital, além de escolas.
Tomado
De resto, o “centrão” está tomado pela população de rua, sem quase nenhuma assistência dos órgãos oficiais. As lojas tradicionais do comércio deixaram de existir, em grande parte, com poucas resistindo ao tempo, a esquina da dona Alegria é mera lembrança da importância política que já teve e a área vê crescer de forma Impressionante o domínio de farmácias e drogarias onde antes eram as lojas importantes da capital. Pode ser sinal do progresso, mas deixa saudades.
Exemplo
Exemplos desse abandono, descaso e esvaziamento, são a degradação da outrora poderosa sede do Rio Branco F.C., a situação do Novo Mercado Velho e do Mercado dos Colonos, deixados ao deus-dará pela administração municipal, com ligeira torcida para que caiam de vez, de forma a não se lembrar de obras realizadas nas administrações anteriores.
Projetos
Seria interessante elaborar projetos para revitalização do centro, salvando a região e transformando o centro em um grande centro cultural com eixos de atração como a Praça da Revolução, o Palácio Rio Branco, o Museu do Judiciário, na antiga sede do Tribunal e o belo Museu dos Povos Acreanos, na beira do Rio Acre.
Ação
Além da investigação sobre a nomeação da esposa Kellen Bocalom para a chefia de gabinete, o prefeito Bocalom também é alvo do Ministério Público estadual por outra ação, a denominação do viaduto da Dias Martins como Beth Bocalom, sua falecida esposa.
Promoção pessoal
A 2ª Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Público e Fiscalização das Fundações e Entidades de Interesse Social, encaminhou à Procuradoria-Geral de Justiça representação solicitando a análise da constitucionalidade da Lei Municipal que deu o nome da falecida esposa ao viaduto. Argumenta que a escolha do nome pode configurar promoção pessoal, uma vez que a alcunha destacada no nome da obra pública associa-se diretamente ao sobrenome do gestor municipal.
Trégua
Preocupa muito a notícia de uma possível trégua entre as principais facções criminosas do país, o Comando Vermelho e o PCC. Para o Acre, a perspectiva não é boa. Embora o Comando Vermelho seja amplamente dominante no estado, uma composição com o PCC pode significar a abertura e exploração conjunta de novas rotas de tráfico internacional de drogas, pela desprotegida fronteira do estado.
Motivo
As duas facções atuavam junto no tráfico internacional até meados dos anos 2000, quando a morte de um traficante paraguaio, a tiros de bazuca, na fronteira do Paraguai rompeu o acordo e desencadeou a guerra fratricida do crime organizado. Se voltarem à atuação conjunta, isso potencializa estruturas para o tráfico, mesmo com a polícia acreana batendo o recorde de apreensão de drogas no ano passado.
Dengue
O Acre tem mais de cinco mil casos de dengue registrados nesse verão e número recorde de caos de Zika vírus, que pode causar má formação na gestação. Enquanto se discute se a compra de mosquitos transgênicos foi correta ou não, a gravidade da situação parece não merecer a prioridade devida. O quadro é muito grave.
Estoque
Há mais de três mil doses de vacina de dengue em estoque só na capital, mas a procura é praticamente nula. Falta uma campanha maior de esclarecimento, não só para essa, mas para todas as vacinas, já que nenhuma alcança a meta mínima de imunização no estado. Os casos de dengue aumentam e a vacina se perde.
Navio
O Navio-Hospital Doutor Montenegro, da Marinha do Brasil chegou a Cruzeiro do Sul, dia 14 e já realiza atendimentos de saúde para a população do Vale do Juruá. O barco deve ficar no Acre até abril e a meta é atender entre 9 e 10 mil moradores das cidades do Vale do Juruá. É bom lembrar que esse navio é aquele construído pelo governador Orleir Cameli, atendeu durente seu governo e, já com Jorge Viana, foi doado à marinha com a cláusula de obrigação de prestar atendimento anual no estado.
*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço as segundas, quartas e sexta-feira. Qualquer contato pode ser feito por e-mail para [email protected]
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