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ACRE EM NOTAS | O beija flor que cantou a Amazônia se foi

Compositor e poeta das sagas brasileiras e das belas canções morreu ontem aos 82 anos

07/02/2025 às 10h46 Atualizada em 07/02/2025 às 11h06
Por: Redação Fonte: Acreaovivo.com
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ACRE EM NOTAS | O beija flor que cantou a Amazônia se foi

Por Socorro Camelo e colaboradores*

Morte

“Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta / Mata verde, céu azul, a mais imensa floresta/ No fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas / E os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores / Os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores / Sorria o jurupari, o uirapuru, seu porvir / Era flora, fauna, frutos e flores / Toda a mata tem caipora para a mata vigiar.” Morreu ontem, aos 82 anos, o cantor, violeiro e compositor Vital Farias, o paraibano que soube cantar o amor e a Amazônia.

Grande

Vital farias foi grande. Esses versos acima são de uma de suas mais conhecidas canções, Saga da Amazônia, um libelo contra a devastação da mata. É autor ainda da bela “Ai que saudade d’ocê”, de Sete Cantigas para Voar, entre tantas. Participou de um dos discos mais icônicos da música brasileira, que reuniu ele, Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai, chamado “Cantoria”. Uma curiosidade: por duas vezes tentou ser senador pela Paraíba, em uma delas alcançando quase 100 mil votos, mas sem se eleger. Agora, invade os céus como o beija flor que cantou.

Ambiente

O presidente norte-americano, Donald Trump suspendeu todos os compromissos assumidos pelo seu país com o fundo de mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas. Seriam mais R$ 4 bilhões. Na administração Biden, os Estados Unidos enviaram R$ 2 bilhões. Essa medida prejudica muito a luta ambiental no mundo.

Situação

O Brasil será atingido pela medida, mas em menor escala. Os Estados Unidos tinham uma contribuição discreta no Fundo Amazônia, parcialmente enviada no governo Biden. Os grandes financiadores, Noruega, Alemanha e Reino Unido permanecem com seus compromissos.

Acordo

O que preocupa mais é que Trump anunciou a retirada de seu país do Acordo de Paris, que fixa metas de redução de emissões poluentes na atmosfera. O objetivo é reduzir o crescimento acelerado da temperatura em todos os continentes. Negacionista climático, Trump tem compromissos com a indústria da extração do carvão, com a extração de gás de xisto, por fraqueamento, um processo amplamente combatido pelas consequências ecológicas.

E o Acre com isso?

O que tem o Acre com isso? O estado enfrentou, em 2024, até quatro meses de calor extremo, na maior seca de sua história, que marcou todo o país. Acrelândia teve 121 dias de calor com a média de 40 graus. Claro que isso é efeito do desmatamento, das mudanças climáticas.

Fumaça

O estado quase se sufocou com a fumaça, que foi levada para outras regiões e estados. Em vez dos rios aéreos com a unidade da floresta, foram rios de fumaça chegando a centros maiores como São Paulo. O abastecimento de água em Rio Branco e em outras cidades entrou em colapso. Sem a implantação das metas previstas no Acordo de Paris, o Acre e o mundo vão ferver.

COP 30

Possivelmente Trump deve boicotar ou agir para atrapalhar a COP 30, que acontecerá em novembro, em Belém. Antes disso, o Acre sedia outra vez a reunião do GDF. fórum internacional de governadores para o clima. Tudo nesse cenário de incerteza com os rumos do país mais desenvolvido e poluidor do mundo.

Margem Equatorial

Com a eleição do senador amapaense David Alcolumbre para presidente do Senado, o governo federal deve dar o aval para a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, que tem reservas bem maiores que o pré-sal. Mesmo com a posição contrária da ministra do Meio Ambiente, a acreana Marina Silva. Os efeitos ambientais terão que ser mitigados e o Acre pode receber parte dessa verba de proteção, mesmo tão distante das áreas de perfuração.

Conflitos

Uma boa notícia no estado é a nomeação da desembargadora aposentada Eva Evangelista para assumir a primeira ouvidoria estadual fundiária e do meio ambiente. Eva tem a competência, a experiência, a isenção, a disposição para consolidar a ouvidoria. Um ponto importante do projeto inicial, que precisará ser confirmado é o mandato de três anos do ouvidor, para que o cargo não esteja no centro de disputas partidárias.

Desafios

Os desafios são grandes. O estado enfrenta outro pique de invasões de terra e grilagem, que faz lembrar o tempo sombrio do início dos anos 70. E novamente há políticos que defendem claramente o afrouxamento da legislação para a redução de reservas e invasões de terras indígenas.

Operação

Uma operação ontem da Polícia Federal na Reserva Extrativista Chico Mendes deu o tamanho da destruição que lá acontece, sem grande repercussão. A RESEX tem 950 mil hectares e pelo menos 70 mil já estão completamente degradados. Abrangendo áreas em sete municípios, Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia, Rio Branco, Sena Madureira e Xapuri, precisa ser mais bem protegida.

Rompimento

O assunto político ontem, no estado, foi o rompimento tácito do governador e a exoneração dos parentes e indicados do senador Alan Rick do governo. Na primeira leva de demissões, a mãe e a irmã do senador, entre outros. Alan Rick preferiu manter o silêncio e não responder, para não agravar a crise.

*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço de segunda a sábado. Contato : [email protected]

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