A rotina dos moradores da Vila do Incra, distrito de Porto Acre, distante 35 quilômetros de Rio Branco, tem sido marcada por longas esperas e condições indignas no transporte público. Relatos apontam que ônibus que deveriam passar às 6h chegam apenas por volta de 7h30 ou até 8h. Além dos atrasos frequentes, as condições dos veículos, operados pela Cooperativa de Transporte e Turismo do Acre (Cota), têm gerado indignação entre os usuários.
Uma moradora, que preferiu não se identificar, descreveu o cenário de descaso. “O ônibus que era para passar às 6h, já vai dar 7h10 e nada. Ele ainda vai até a parada final para depois voltar. Aqui, só passa umas 7h30, quase 8h.” Segundo ela, os atrasos se devem ao estado precário dos veículos. “Os carros são antigos e vivem nas oficinas. Quando um quebra, não tem reserva, e a gente precisa esperar o próximo itinerário, que muitas vezes demora até duas horas.”
Em imagens enviadas à reportagem, é possível observar buracos no teto de um dos ônibus. No terminal final, localizado no mercado Elias Mansour, a situação foi confirmada: veículos com sinais de desgaste e falta de manutenção básica.
Agência reguladora promete investigação
Procurada pela reportagem, a Agência de Regulação dos Serviços Públicos do Acre (AGIAC) informou que nenhuma denúncia formal sobre a linha do V e da Vila do Incra chegou à corregedoria. “Nós vamos verificar de imediato. Acionaremos nossa equipe técnica para tomar as providências necessárias”, declarou uma diretora da agência.
Ainda segundo a AGIAC, o governo do estado prepara uma nova licitação para o transporte intermunicipal, buscando aumentar a concorrência e melhorar o serviço. Atualmente, uma única empresa domina quase todos os itinerários, o que limita alternativas para os usuários.
Enquanto isso, os moradores da Vila do Incra seguem enfrentando atrasos, precariedade e incertezas, aguardando que as promessas de fiscalização e melhorias saiam do papel.
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