Em celebração ao mês da Consciência Negra, a Defensoria Pública do Acre (DPE/AC), por meio da Escola Superior (Esdpac), promoveu nesta quinta-feira, 28, a oficina "Desafios na Implementação de Práticas Antirracistas na Defensoria Pública do Estado do Acre". O evento reuniu defensores e servidores da DPE/AC para discutir o papel da instituição no combate ao racismo e na promoção de práticas mais inclusivas.
A abertura do evento foi conduzida pela diretora da Esdpac, Juliana Caobianco, que destacou a importância do engajamento contínuo da Defensoria no enfrentamento das questões étnico-raciais. "Devemos estar sempre atentos à necessidade de maior inclusão e representatividade dentro da nossa própria instituição, além de prestar um atendimento cada vez mais humanizado aos nossos assistidos", afirmou Juliana.
A oficina contou com palestras de Rafael Figueiredo Pinto, defensor público e doutor em Direito, e de Minéia Spoltore, pedagoga e especialista em História e Cultura Afro-Brasileira. Ambos discutiram os principais desafios e as estratégias adotadas pela Defensoria Pública do Acre para implementar políticas antirracistas e garantir um atendimento mais inclusivo.
O defensor público Rafael Figueiredo destacou a criação de cotas raciais nos concursos e processos seletivos da Defensoria Pública como um avanço significativo, além de ressaltar a premiação recente com o Prêmio Esperança Garcia em reconhecimento à atuação no combate ao racismo.
Minéia Spoltore, por sua vez, ressaltou a importância da formação contínua dos defensores e servidores sobre questões étnico-raciais. Ela enfatizou que o enfrentamento ao racismo institucional requer um processo de alfabetização racial constante, além da necessidade de construir um atendimento mais sensível às especificidades culturais da população negra.
Durante o evento, também foram apresentados casos emblemáticos em que a Defensoria atuou para garantir os direitos de populações afro-brasileiras, como o caso de racismo religioso e a luta contra a violência obstétrica, onde a mulher negra sofre ainda mais discriminação. Os palestrantes destacaram a importância do acompanhamento de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial e o respeito à diversidade.
Em sua fala de encerramento, a defensora pública Juliana Caobianco reforçou que a Defensoria Pública do Acre tem se esforçado para garantir que seus quadros reflitam a diversidade da sociedade. "Com as ações que estamos implementando, como a formação continuada e a criação de núcleos especializados, buscamos construir uma Defensoria mais plural, inclusiva e justa para todos", concluiu.
Mín. 22° Máx. 35°