Por Luciano Trindade
Uma castanheira demora 50 anos para crescer, mas pode ser cortada em 20 minutos por uma motosserra.
Décadas são necessárias para estruturar um sistema de fiscalização e proteção ambiental (aprovação de leis, concurso para fiscais, licitação para aquisição de carros, helicópteros, sistemas e satélites de monitoramento etc), mas tudo isso pode ser rapidamente desestruturado quando o gestor público não tem compromisso com a preservação ambiental e incentiva a exploração predatória da natureza. Destruir sempre é muito mais rápido e fácil que construir.
Uma cultura social de preservação só se constrói com educação e conscientização por gerações, mas pode sofrer repentino retrocesso com um mínimo de incentivo à exploração sem sustentabilidade e à facilitação da depredação ambiental.
É necessário reconhecer QUEM se dedica há décadas à defensa da preservação ambiental e alerta para o aquecimento global e as mudanças climáticas e QUEM ignora tudo isso e incentiva a exploração ambiental sem preocupação com a sustentabilidade.
Por falta dessa consciência e desse discernimento a maioria dos políticos que a população tem elegido no âmbito nacional e estadual são aqueles que defendem o “pacote da destruição” e que nos últimos tempos tem aprovado sucessivas leis que facilitam a exploração ambiental desenfreada, desequilibrada e insustentável.
Com isso neste setembro de 2024 estamos respirando fumaça densa, dióxido de carbono que prejudica nossa visão, irrita nossas vias respiratória e adoece nosso pulmão.
Essa fumaça é resultado um conjunto de crimes ambientais de grupos articulados, capitalizados e bem representados politicamente. Os incêndios não são por acaso. Não há coincidência, não há fatalidade, não há azar.
O que há são consequências inevitáveis de escolhas feitas.
A fumaça e o calor são resultado da destruição ambiental planejada, financiada e meticulosamente colocada em prática.
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