Por Socorro Camelo
O silêncio que se segue a uma tragédia é ensurdecedor. Não são apenas as vozes que se calam, mas os sonhos, os planos e as histórias interrompidas. Na tarde de sexta-feira, 62 vidas se apagaram em um instante quando um avião, que cortava os céus carregando esperanças e destinos, encontrou seu fim trágico. Um acidente que nos confronta com a fragilidade da existência humana e o imenso vazio deixado por aqueles que partem antes do tempo.
Cada uma das vítimas tinha uma história única, um mundo particular que orbitava ao redor de suas famílias, amigos e colegas. Eram pais que jamais voltarão para casa, filhos que não verão mais o amanhecer, amigos que deixarão uma ausência impossível de preencher. O impacto desse acidente não se limita às manchetes ou aos noticiários; ele reverbera nos corações daqueles que ficaram, dilacerados pela dor e pelo luto.
Nesta hora de perda incomensurável, é impossível não refletir sobre o mistério da vida e da morte, sobre como nossas existências são tão delicadamente entrelaçadas a um fio invisível, sujeito às intempéries do destino. O que dizer às famílias que agora enfrentam a mais brutal das realidades? Não há palavras que possam confortar plenamente, apenas a solidariedade e o amparo de uma comunidade que também se entristece, se comove e se mobiliza para oferecer suporte.
A perda de 62 pessoas em uma única tragédia é um lembrete cruel de que a vida, com toda sua beleza e complexidade, é também imprevisível e finita. É um convite, ainda que doloroso, a valorizar cada momento, a abraçar aqueles que amamos com mais frequência, a dizer "eu te amo" com mais intensidade, a viver de forma plena, consciente de que não temos controle sobre o amanhã.
Enquanto choramos a partida desses 62, nos unimos em pensamento e oração, desejando que, em meio à dor e à tristeza, as famílias e amigos encontrem algum conforto na memória dos que se foram. Que essas vidas, embora tragicamente interrompidas, continuem a inspirar amor, coragem e resiliência em todos nós.
Que a gente possa aprender com esta tragédia a sermos mais humanos, mais presentes e, acima de tudo, mais gratos pelo milagre que é a vida. Em memória daqueles que partiram, comprometamo-nos a viver com mais significado, sabendo que cada dia é um presente, frágil e precioso.
Que as 62 almas descansem em paz. E que a lembrança de suas vidas seja um farol de luz em meio às trevas deste luto coletivo.
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