ACRE EM NOTAS | Por uma sociedade mais equitativa e justa

Por Socorro Camelo e colaboradores *

Mais uma

Mais uma mulher, uma moça de 17 anos foi vítima de feminicídio em Tarauacá. Morta pelo companheiro bêbado, com mais de 10 facadas pelas costas, quando tentava escapar das ameaças e da violência. Preso quando tentava fugir para Feijó, o matador disse ao delegado não se lembrar de nada, que estava bêbado e ainda tentou jogar a culpa da morte na mulher, como sempre costumam fazer esses homicidas.

Honra

Esse conceito de “honra” masculina já foi proibido como argumento de defesa dos feminicidas, por decisão do STF, mas continua como a desculpa padrão dos que ainda se julgam donos absolutos de esposas e companheiras que, para eles, são pouco mais que escravas de seus desejos. É uma mentalidade que ainda encontra repercussão, estimulada pelo vale tudo das redes sociais.

Red pill

Virou moda nas redes o aparecimento de “influencers”, coachs insufladores da ideologia red pill, baseada nos fanáticos incel americanos, extremistas e misóginos, líderes religiosos que difundem a superioridade masculina, a dominação sobre a mulher, a submissão imposta como um valor de fé e de família. E encontram simpatizantes, seguidores, fiéis a propagar essas barbaridades de anulação do feminino.

Retorno

Hora de lembrar o ensinamento de Frederich Engels, no livro “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”, escrito em 1884 e, infelizmente, mais atual que nunca. O filósofo dizia que o patriarcado e a submissão da mulher são intrínsecos da estrutura do capitalismo, na defesa da certeza da herança para sua prole. E Engels disse que desde as origens do capitalismo os homens buscavam controlar e submeter a mulher e, desde sempre, elas se vingavam lhes colocando belos pares de chifres. Isso quem falou foi um dos mais importantes filósofos marxistas em 1884! Quem quiser, que reclame com ele.

Chega

É hora de acabar com a ilusão de campanhas educativas, de sistemas manipulados e machistas em sua essência como a tal de Constelação Familiar, para resolução de violência nas famílias, que querem se impor como ciência, enquanto é só manipulação. O único remédio é o julgamento dos feminicidas, com condenações a penas altas, para provar que esse crime não pode ser tolerado.

Dengue

Onze cidades acreanas, Rio Branco, Senador Guiomard, Capixaba, Sena Madureira, Plácido de Castro, Manoel Urbano, Porto Acre, Acrelândia, Bujari, Santa Rosa do Purus e Jordão vão receber doses do primeiro lote de vacinas de dengue. Ainda poucas, mas esses municípios estão com números altos de transmissão. O público para essa primeira leva de vacinas é crianças e jovens de 10 a 14 anos. Tomara que a procura seja proporcional ao esforço do envio das vacinas para o Acre e mais 15 estados, 521 cidades. A vacinação deve começar em fevereiro.

Engano

Uma moça, estudante, ficou cinco meses presa em Cruzeiro do Sul por ser quase homônima de uma traficante paraense. Mesmo com ela protestando inocência e provando nunca ter estado nem perto da residência da outra, só foi libertada quando a mãe entrou com os documentos para a visita á filha na cadeia e se viu que era nome diferente da genitora da procurada. Ou seja, uma conferência simples e obrigatória que deveria ter sido tomada antes da prisão.

Indenização

A moça, que perdeu emprego, tempo de estudos, sofreu humilhações na prisão e precisa de cuidados psicológicos, ganhou numa indenização irrisória que ela nem recebe agora, pois foi transformada em precatório que, talvez, os futuros netos da moça recebam. E ficou por isso mesmo, nenhuma punição a quem a deteve de forma absurda e errônea. Triste!

*Socorro Camelo é jornalista e escreve neste espaço com colaboradores de segunda a sábado.