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Dezembro, na expectativa ou na realidade

De fato, o período das luzes brilhantes me fascina, e o que vem logo após completa todo o cenário, o ano novo

04/01/2024 às 14h03
Por: Redação Fonte: Acreaovivo.com
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Dezembro, na expectativa ou na realidade

Por Giselle Moraes

Nasci em dezembro, então me adaptei ao mundo, na lógica do Natal, na sessão da tarde recheada de filmes sobre Jesus, na espera mágica do papai Noel e na sensação nostálgica que as festas do fim de ano proporcionam ao mundo. Bem, pelo menos, esta é a minha expectativa.

Talvez, seja eu, uma sortuda, por trazer em mim, a alegria de uma nova oportunidade, afinal é disso que dezembro nos fala, de novos caminhos, de renascimento e de esperança. Me pergunto, se todos os “dezembrinos”, como eu, carregam em si este legado. Ou se isto, é coisa da minha cabeça criativa e imaginária.

De fato, o período das luzes brilhantes me fascina, e o que vem logo após completa todo o cenário, o ano novo. Vou repetir “Ano Novo”, é aquilo que marca em nosso calendário ocidental a despedida de um ano e a chegada de outro ano novinho em folha. Isso! Quanta expectativa!

E, sendo fiel, às minhas lembranças de infância. Guardamos e preservamos as tradições, na minha família nosso legado é o aguardado amigo secreto, sempre recheado de emoções. Venho de uma família grande, muitos tios, primos, uma confusão para combinar a festa. A paciência de uma tia que fazia questão de organizar a brincadeira e a ceia, e como toda família que se preza, sempre tinha briga, risadas, choro e alegrias. Completando o cenário, o imperdível show do Rei Roberto Carlos, já fazia parte da rotina na agenda de dezembro.

Na expectativa vai acontecendo a realidade e a família, também, foi se transformando. As crianças cresceram, o formato se modificando e a vida seguindo seu plano. O natal chega todo dezembro e as mudanças ocorrem com muita sutileza. E para mim, uma “dezembrina” de carteirinha, filha de outro “dezembrino”, mesmo com novos formatos, a festa sempre acontecia.

Os anos passam, o tal do ano novo, é certeiro. Ele não para, segue seu percurso, sem vacilo ou hesitações. E de repente, tantas coisas se modificam, um dia eu era a criança na espera do Noel e hoje, sou a mãe buscando transmitir toda a magia do natal aos meus filhos.

Na verdade, aquela família numerosa, da minha infância, diminuiu, seguimos novos caminhos e assim é a vida. O meu “dezembrino” preferido, partiu deste plano, e o Natal sofreu um pequeno abalo, no meu mundo de luzes coloridas. Mas, a esperança que nasce no meu coração, em dezembro, me fortalece e o verbo esperançar entra em ritmo de “bate o sino pequenino, sino de Belém”.

E, algo aciona e impulsiona meus desejos e sonhos, e sim, preservo a tradição de nosso amigo secreto, eu e meus irmãos sempre estamos juntos com nossa mãe e filhos, mesmo que seja no mundo virtual de uma chamada de vídeo, que pode durar muitos minutos. E todos participam da alegre troca de presentes, a nossa mais valorosa demonstração de amor, afeto e gratidão pela vida.

Se você leu até aqui, talvez este texto, pareça uma narrativa dos natais da minha família, mas na realidade é uma narrativa de tradições, de símbolos, e de esperança. É um pouco de cada um, é sobre quem nasceu em dezembro, e também sobre quem veio ao mundo em janeiro ou qualquer outro mês. Um convite ao inédito percurso de nossas vidas.

Enquanto criança somos inteiramente preenchidos por esta perspectiva de milagres e presentes que aventuram nosso imaginário. Hoje, compreendo o quanto é restrito este sonho de infância. E os efeitos que perduram em nossas vidas, temos para todos os gostos; pessoas que amam o natal, odeiam o natal, ignoram o natal ou não conseguem identificar a emoção cristalizada, em algum momento da caminhada.

Parece simples, sendo complexo. E mais misteriosa, ainda, é a virada do ano novo. Tantas expectativas, ora se realizam, ora se frustram. Criamos planos, acreditamos nas superstições, vestimos cores que nem gostamos, comemos a tal da lentilha e tem quem insista em colocar uva passas em tudo, até na farofa.

Acreditamos, de verdade, que tudo vai ser diferente. As listas de promessas para o novo ano são tão lindas e fogem tanto da realidade, que algumas pessoas nem criam mais expectativas. Mas, elas existem, e o badalar da meia noite contagia a todos, e os olhares se cruzam, o amor acontece e um encanto que dispensa qualquer vã explicação filosófica se faz presente. Como cenário de um filme romântico, daqueles bem cheios de lágrimas, dos mais céticos aos mais entusiasmados, o click acontece.

Dezembrinos ou não, somos retratos da data, e feliz aquele que, assim como eu, acredita que para um mundo melhor, não basta somente a expectativa, temos que viver a nossa realidade. E no final, é o que temos, o nosso agora é construção. E você está preparado para esta obra prima? E só posso terminar esta reflexão, com a frase que nos enche de amorosidade: Feliz Ano Novo!

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Giselle Moraes
Sobre Professora, Fonoaudióloga e Terapeuta em Comunicação Positiva e Meditação. @respirecomgi
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