Por Talita Montysuma
Sei que está parecendo que irei fazer um texto comentando o filme com a Rooney Mara, Daniel Craig, Stellan Skarsgård e Christopher Plummer, onde um jornalista misturado com Sherlock é chamado para ir a uma ilha no norte da Suécia para investigar o sumiço de uma jovem há mais de 36 anos e, ao longo da trama, descobre-se que existe um serial killer na família.
Penso que copio esse nome porque existe uma meia verdade aí que me fez pensar várias coisas na relação homem e mulher na contemporaneidade, por que antes disso, as relações estavam pautadas no homem mandar e as mulheres obedecerem, onde se forma um campo fértil para o estudo da histeria.
Antes, preciso dizer que Freud define masculino e feminino como quem detém o “falo”, que é quem tem poder sobre seu Desejo, ou seja, quem pode desejar gozar a vida do jeito que quiser e isso vai das coisas mais simples como quero sair de casa, fazer uma faculdade a coisas mais complexas como não quero me casar e ter filhos.
Sendo assim, uma pessoa fálica igual masculina é poderosa, seja ela do gênero homem ou mulher, e Freud a época define isso pautado na biologia, onde quem toma a ação para a fecundação e surgimento de vida é o gameta masculino espermatozoide e quem está em posição passiva diante deste feito é o gameta feminino o óvulo.
E quando não podemos gozar a vida, a psicanálise nos diz que somos sujeitos castrados, ou seja, perdemos nosso falo. Dito isso, imagine como é difícil para um homem se sentir castrado diante de uma mulher fálica? Uma mulher inteligente, dona do seu próprio gozo?
Coloco que homens não amam mulheres, mas somente as fálicas, as que reivindicam seu direito de gozar. E desde que o mundo gira elas pagam o preço alto, são expulsas do paraíso, queimadas na fogueira e na contemporaneidade tentam ser caladas nas reuniões, ou suas ideias são roubadas, ou, pra mim, puro creme é quando o cara tenta explicar para mim o que é ser mulher, acho demais.
Os homens matam os gays porque são homens que rejeitam essa posição de macho e se põem em situação de feminino e demonstração de afetos. Quer coisa mais feminina que nos colocarmos em vulnerabilidade? Homens red pill odeiam perder o pau.
Os homens que odeiam as mulheres são homens violentos, que não apoiam as mulheres a sua volta, esse tipo de homem perde a capacidade de amar, pois para amar há de se colocar em uma posição feminina, uma posição de acolhimento, tem que, de alguma forma, se permitir ser passivo.
E isso exige muita coragem, pois se libertar ao feminino não é para qualquer, mas sim para qual o quer.
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