Por Marcelo Moreira
E chegamos ao milésimo Grande Prêmio, somos pioneiros nos esportes a motor, o mundial de motovelocidade, MotoGP, é também, de longe, o mais emocionante deles. Assistindo pela televisão o GP da França, em Le Mans, inevitavelmente, voltei ao passado, mais precisamente ao Autódromo de Jacarepaguá, na cobertura fotográfica do GP Rio de 1999, para a revista Duas Rodas. Valentino Rossi venceu a corrida e conquistou seu segundo titulo, desta vez, na 250cc (o primeiro foi na 125cc). Tudo registrado analogicamente, no slide ou cromo (rolo de filme em positivo). De lá pra cá, muita coisa mudou, avançamos, e muito, na velocidade das motos, e na medida do possível, na segurança dos pilotos. Para o repórter fotográfico, meu caso, também mudou. As máquinas e lentes passaram a ter tecnologia de ponta embarcada e pasmem, mostram o resultado da foto na hora. A maior revolução na fotografia, foi sem duvida, a era digital. O que não mudou, foi a busca do fotógrafo pelo momento decisivo, ou melhor, pelo instante de plástica e beleza nos movimentos do piloto em cima do foguete. Nesses novos tempos, tenho visto muita foto com cores lindas e impactantes, tratamento especial nas imagens, com direito a céu espetacular e tudo, mas, deixando a desejar no click. Lembrei logo das revistinhas infantis de colorir. Se você, piloto, quer ver sua foto bem colorida, contrate um pintor, sou fotógrafo e me preocupo com o melhor momento. A busca pelo movimento mais radical, essa sim, continua a mesma.
No sábado festejei a primeira fila do Diogo Moreira, na Moto3 e lamentei a ausência de Eric Granado no grid da MotoE. O brasileiro precisa se livrar da urucubaca e da ziquizira. Caiu no campeonato que ainda não conseguiu pontuar, e ficou de fora, deixando de pontuar, no campeonato que teoricamente é um dos favoritos ao titulo.
Na corrida 1, MotoE, Jordi Torres, foi perfeito, cozinhou o pato, como se diz. O espanhol, estudou, estudou e passou "de ano", na última volta. Na corrida 2, Jordi, só foi superado pelo Ferrari, o mais veloz do fim de semana.
Para fechar o sábado, 13 voltas de pura velocidade na Sprint Race. Imagino o estrategista da equipe, conversando com o piloto no grid, antes da largada:
- Esquenta os pneus e enfia a mão!
Essa deve ser a tática, não dá tempo de estudar, é chegar e passar. Na vitória de Jorge Martins, a emoção ficou por conta do pega entre Peco e Marquez.
Domingo, acordei cedo com a expectativa da prineira vitória do Diogo, não foi dessa vez. Moreira largou em segundo e sem atacar os oponentes, foi perdendo posições, até ir ao chão, quando estava em sétimo. Sua hora vai chegar, e tudo que o brasileirinho não precisa agora é de pressão. Daniel Holgado, que liderou quase toda corrida, merece a liderança do campeonato.
Não só pela queda do Moreira, mas foi uma corrida chata, principalmente para os padrões da Moto3, faltou aquela emoção das ultrapassagens ombro a ombro.
Na Moto2, Pedro Acosta é quem me prende a tv. Prova acidentada, com direito a tombo assustador com vários pilotos... felizmente tudo bem. Tony Arbolino, venceu e lidera o certame, agora com 25 pontos de vantagem para Acosta, que sofreu queda.
Na MotoGP, mais uma corridinha sem sal, e se não fosse o Formiga Atômica, seria pior.
Você pode gostar ou não do Marc Marquez, mas ele é mesmo de outro planeta e acelerou muito mais que a moto, até o tombo.
Depois de tudo, fica um vazio no domingo. Melhor conferir a resenha do Fausto Macieira no YouTube.
Que venha mais dois mil GPs!
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