Por Edir Figueira Marques
Hoje peguei o livro de minha vida e fui folheando da esquerda para a direita, do fim para o principio, mergulhando no tempo perdido em minhas lembranças… e chorei!
Chorei de emoção, de saudade, de muitos momentos doces, ternos, alegres, tristes, dramáticos! Uma vida rica, repleta de experiências, completa de amores!
Ah! As fotos! Revê-las é como estar ali, congelada no momento.
E parei. Parei a cada foto que me suscitava a mesma alegria, porém, melancólica, a mesma ternura, porém mais forte! As fotos que me despertavam tanta emoção guardada, como num cofre forte que fora arrombado e arrancada do meu coração que palpitava!
Impossível descrever uma a uma, cada página da vida revirada, como se pudesse colher, gota a gota, a torrente de águas que jorra de uma cachoeira! Foi como se estivesse me afogando em lágrimas, numa derradeira despedida! E fiquei sentindo a impotência diante do tempo que se foi, como a água que não se pode reter numa peneira, como o vento que não se pode segurar entre os dedos!
E veio a dor! Uma dor tão doída que quase desmaio! Como deixei escapar esse tempo? Como não o vivi intensamente, sofregamente? Dor do que não fiz e dor do que fiz!
Dor por ter represado a evasão dos sentimentos, não me permitindo manifestá-los!
Era comedida, discreta, apenas a ponta do iceberg sugeria tamanho bloco de emoções contidasy e guardadas dentro do peito!
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